Horta na varanda do apê – Atualizações

Há algum tempo mostrei aqui no blog o início de nossa horta na varanda e acabei esquecendo de trazer as novidades do cultivo.

Já cultivávamos algumas ervas aromáticas e depois de nosso sucesso com a rúcula, fomos nos aventurando com outros vegetais. Alguns deram certo, outros não…

Horta em vasos na varanda do apartamento.
Uma parte de nossa horta em vasos na varanda do apê!
Horta orgânica na varanda do apartamento.
A rúcula é uma boa hortaliça para cultivar, crescendo rápido no verão.
Couve manteiga da Geórgia cultivada em vaso na sacada do apartamento.
Couve manteiga da Geórgia.

Plantei as alfaces em uma jardineira, mas recomendo um vaso de maior abertura, pois conforme as folhas vão crescendo, acabam encostando nas bordas e queimam, já que o plástico fica muito quente sob o sol.

Horta orgânica no apartamento.
Alface crespa e beterraba plantadas em jardineira.

Algo que eu queria muito cultivar era o tomate cereja. Plantei as sementes de um tomatinho fresco mesmo, apenas o “espremi” na terra e cerca de cinco dias depois começaram a germinar.

Sementes frescas de tomate cereja germinando.
À direita, mudinhas do tomate cereja com 10 dias após plantio das sementes.

Como normalmente germinam várias sementes deixei somente uma mudinha no pote para que ela se desenvolvesse melhor e quando estivesse mais crescida, pudesse transplantá-la para o vaso.

Pé de tomate cereja cultivado em vaso na varanda do apartamento.
Tomate cereja iniciando a floração. Para que a energia da planta possa ser concentrada à produção dos frutos, uma dica é cortar as folhas de baixo do tomateiro.

Quando as flores do tomateiro começaram a abrir fiquei observando se vinham abelhinhas para polinizar, mas infelizmente não vi nenhuma rondando, ao contrário do manjericão que quando floresce atrai muitas delas.

Sendo assim, resolvi fazer a polinização manual. Tentei primeiramente a técnica da vibração que consiste em ficar dando leves petelecos no galho para que as flores balancem e distribuam o pólen. Porém, notei que algumas flores não polinizaram, então resolvi utilizar o cotonete, outra forma de garantir a produção dos tomates. No Youtube você encontra vídeos explicando direitinho como fazer.

Polinização manual das flores do tomate cereja.
Fazendo a polinização manual do tomate cereja.
Tomate cereja cultivado em vaso na varanda do apartamento.
Nossa primeira produção de tomatinhos! Confesso que fiquei com peninha de retirá-los do pé para comer… rs.

Um dia comprei mini pimentões coloridos no mercado, achei tão bonitinhos que resolvi plantar as sementes. Deu certo! 🙂

Mini pimentões coloridos.
Olhem que gracinha esses mini pimentões!
Muda de mini pimentão cultivada em vaso na sacada do apartamento.
Muda de mini pimentão em crescimento.
Mini pimentão cultivado em vaso na varanda do apartamento.
Pezinho de mini pimentão produzindo. Olhem que coisa mais linda!

Também aproveitei as sementes frescas de um pimentão verde comum e as plantei.

Pimentão verde cultivado em vaso na varanda do apartamento.
Pimentão verde crescendo.

No verão do ano passado até nosso pé de limão cravo se animou e começou a soltar botões, foi sua primeira florada! Nós já tivemos um outro pé que nunca chegou a produzir, achamos que esse também não vingaria.

Infelizmente não encontrei as fotos da arvorezinha carregada, mas ela produziu muitos limões pequeninos que utilizamos para temperar salada, uma delícia! Foram pequenas alegrias que tivemos em meio a tempos tão difíceis que vieram logo a seguir ao desabrochar de suas flores, parecia que o pezinho de limão estava até prevendo…

Pé de limão cultivado na varanda do apartamento.
Pezinho de limão cravo florido!

O QUE NÃO DEU CERTO NA HORTA EM VASOS


Nós já tentamos cultivar a abobrinha de tronco duas vezes e em ambas ocorreu o mesmo “problema”. A planta cresce bem, desenvolve bastante folhas e flores masculinas e femininas, porém elas não desabrocham, os botões permanecem fechados e secam um tempo depois. Ainda não descobri o motivo…

Horta orgânica na varanda do apartamento.
Plantei a semente da abobrinha direto no vaso.
Abobrinha de tronco cultivada em vaso.
Lindas folhas da abobrinha.
Botões de flores masculinas e feminina da abobrinha de tronco.
Nesta foto podemos ver muitos botões de flores masculinas e um de flor feminina, que parece uma mini abobrinha.

Nossa tentativa de cultivar rabanete também não deu certo, como podem ver na foto abaixo… rs. Na verdade, eu sabia que eles poderiam não desenvolver como o esperado devido à pouca profundidade do vaso (plantamos em uma jardineira) e acho que também acabei exagerando quantidade de sementes que plantei.

Rabanete cultivado em vaso.
A primeira tentativa de cultivar rabanetes não deu muito certo…

O mesmo ocorreu com as beterrabas plantadas em jardineira. Na próxima plantarei para consumir somente suas folhas que, além de dar um colorido lindo às saladas, são muito nutritivas. Podem ser consumidas novinhas, com 10 ou 12 cm de altura.

Folhas jovens de beterraba.
Deliciosas folhas de beterraba.

Também plantamos berinjela e espinafre que não foram para frente. Muitas coisas não deram certo, mas como iniciantes ficamos bem felizes com os resultados de nossa pequena horta orgânica cultivada na varanda do apê.

Para afastar possíveis pragas, plantei semente da flor tagete no mesmo vaso de alguns vegetais. As tagetes são também conhecidas como cravos-de-defunto por serem tradicionalmente utilizadas na celebração “Día de los Muertos”, no México. Suas folhas e flores apresentam aroma forte (não equivalente ao seu nome popular), que acabam repelindo insetos como mosca branca, pulgões, cochonilhas etc. e até nematoides presentes no solo.

Tagete plantada na horta em vasos.
Flor tagete plantada na horta para afastar pragas.

GRANDE PROBLEMA NA HORTA


Não tivemos contratempos com pragas normalmente encontradas em hortas, exceto uma que já tinha nos atormentado anteriormente, o fungus gnats, um mosquinha que parece inofensiva, mas pode prejudicar muito as plantas, levando-as à morte.

Esse inseto é bem pequeno e costuma ficar andando na superfície da terra e voando ao redor dos vasos. A fêmea adulta coloca cerca de 150 ovos no solo que eclodem três ou quatro dias depois liberando as larvas, o grande problema, já que atacam as raízes das plantas. As larvas são pequenas e delgadas, difíceis de identificar no solo, pois são semi-transparentes e têm a cabeça preta.

Em algumas de nossas fotos pode-se notar armadilhas amarelas nos vasos, que nada mais são do que um plástico com cola potente que captura os insetos, atraídos por sua cor. Eles ajudam a controlar o número de fungus gnats, porém quando o local já está infestado não surtem muito efeito sozinhos, sendo necessário outras ações para erradicar as larvas também.

As fêmeas procuram solo úmido para colocar os ovos, então vasos encharcados são um prato cheio, pois também proporcionam a proliferação de fungos, alimento desses insetos. Como já sabíamos dessa informação, tomamos muito cuidado com a rega, sempre aguardando a superfície da terra secar para irrigar. Acredito até que molhamos a horta bem menos do que deveríamos com receio de que eles aparecessem.

Infelizmente, já no início do cultivo nos deparamos com alguns deles voando pela varanda, depois vimos alguns grudados nas armadilhas amarelas e de repente já tinham tomado todos os vasos de nossa horta. Triste e desesperador!

Durante o cultivo tentamos alguns procedimentos vistos na internet, porém sem sucesso. Ficamos tão desanimados com essa praga que resolvemos não prosseguir com a horta até encontrarmos uma forma de solucionar a questão.

Nesse meio tempo veio a pandemia e nós acabamos ficando em quarentena junto com os vasos vazios e os insetos praticamente sumiram da varanda, mesmo mantendo o limoeiro e outras plantas ornamentais lá fora. Achávamos que tínhamos nos livrado deles, no entanto, recentemente vimos alguns voando pelo apê. Nós temos uma pequena selva dentro de casa, o que dificulta um pouco esse controle.

Acredito que esse inseto apareceu por aqui através de um vaso de planta trazido de um garden há alguns anos.

Também li que a terra e os adubos orgânicos, como húmus de minhoca e estercos, mesmo bem curtidos, podem ser a fonte de contaminação, podendo conter ovos e larvas.

COMO ELIMINAR O FUNGUS GNATS?


Como comentei anteriormente, essa praga se reproduz muito rápido, então assim que notar seu aparecimento é recomendado aplicar alguns procedimentos, tanto para controle de larvas quanto insetos, para evitar uma infestação. Abaixo, estão algumas ações que encontrei em minhas pesquisas para tentar solucionar o problema.

Para controlar os insetos

Não exagerar na rega: as fêmeas procuram solo úmido para depositar seus ovos, assim, recomenda-se molhar as plantas somente quando a superfície estiver seca e manter o solo bem drenado.

Não exagerar na adubação: o excesso de matérias orgânicas no substrato atrai os insetos, principalmente as não decompostas corretamente, como cascas de frutas, folhas ou adubos orgânicos mal curtidos.

Armadilhas amarelas: ajudam a controlar o número de insetos e por conseguinte o número de larvas no solo, já que cada fêmea coloca cerca de 150 ovos (que no final do ciclo originarão novos insetos).

Armadilha com vinagre e algumas gotas de detergente: pode-se colocar potes com essa mistura ao redor dos vasos. O odor os atrai e acabam caindo no líquido. Não pegam tantos insetos como as iscas amarelas, mas ajudam.

Superfície dos vasos coberta com areia lavada: uma camada grossa de areia na superfície da terra ajuda a desestimular a postura de ovos pela fêmea, já que o solo ficará escondido.

Para controlar as larvas

Água oxigenada 10 volumes: diluir 1 parte para 4 partes de água e regar toda a terra do vaso a cada 3 dias.

Torta de neem: fertilizante natural que possui ações inseticida, fungicida, nematicida, além de auxiliar no enraizamento das plantas. São encontradas de diversos fabricantes e em seus sites pode-se conferir as instruções de uso.

Vector Dimy: é um larvicida biológico composto por bactérias encontradas na natureza que além de provocar a morte das larvas de Aedes aegypti, também controla as larvas de uma espécie do fungus gnats (Bradysia matogrossensis), uma das mais encontradas no Brasil.

Essas foram as ações de controle de larvas que parecem ter dado resultado com algumas pessoas. Não foram utilizadas ao mesmo tempo, escolha uma delas e vá testando separadamente.


É importante manter o controle por pelo menos quatro semanas, para combater todos os estágios do fungus gnats (moscas, ovos, larvas e pupas).

Nós pretendemos voltar com a horta, mas aos poucos para ir observando e caso apareçam novamente, poder cuidar melhor evitando sua infestação. Antes temos que cuidar dos vasos de dentro, estamos regando com água oxigenada duas plantas que suspeitamos estarem com larvas.

E vocês, cultivam horta ou plantas em casa? Já tiveram problemas com o terrível fungus gnats?

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